quarta-feira, 27 de maio de 2009

Não Fosse o Petróleo, o mundo não seria o mesmo

* Artigo de Rodrigo Rollemberg
Com todas as objeções, sobretudo de ordem ambiental que, com toda a justiça, são feitas à utilização do petróleo, é indiscutível sua relação direta com a melhoria das condições de vida da humanidade e, em virtude disso, o aumento vertiginoso da população mundial do início do século XX até os dias de hoje. Por sua vez, não fosse a Petrobras, o Brasil não seria o mesmo.
Desde sua criação, a estatal foi impulsionadora fundamental do processo de modernização, crescimento econômico e reafirmação da soberania nacional. Para se ter uma ideia, hoje os seus investimentos superam o total de investimentos da União.
A Petrobras é um esteio da autoestima e do orgulho nacional.
Mais que uma empresa, a Petrobras é parte de nossa identidade.
Por isso, as questões que lhe dizem respeito devem ser tratadas com todo o carinho e responsabilidade.
Nesse sentido, causa apreensão a recente instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado Federal para averiguar denúncias de irregularidades na Petrobras.
Como um das Casas do Poder Legislativo, o Senado tem toda a legitimidade para propor a investigação de qualquer instância do Poder Público, e a CPI é um dos instrumentos a sua disposição.
O que preocupa, no entanto, é que os principais entusiastas dessa CPI sejam exatamente os que, no passado recente, quebraram o monopólio estatal da exploração e da propriedade do petróleo; os mesmo que negligenciaram, em toda a linha, a defesa dos interesses nacionais, proclamaram a obsolescência do Estado nacional e mal disfarçadamente ressuscitaram a lamentável tese segundo a qual tudo o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil.
Que interesses estão por trás dessa fúria contra a Petrobras, precisamente no momento em se inicia a exploração da camada do pré-sal e o governo federal anuncia seu compromisso de garantir regras o mais favoráveis possível ao país e ao povo?
O fato é que a oposição, sem discurso e sem propostas, optou pelo denuncismo e pela tentativa de produção de escândalos, como sua principal estratégia. De olho nas eleições de 2010, procura desesperadamente reverter o enorme prestígio popular de que o presidente Lula desfruta, boa parte do qual irá transferir para os candidatos que receberem seu apoio.
Nós, do PSB, somos favoráveis à rigorosa apuração de qualquer indício de má gestão do dinheiro público. No caso da Petrobras, por que não deixar a investigação, ao menos a princípio, a cargo do Ministério Público, do Tribunal de Contas da União, da Controladoria Geral da União, da Polícia Federal e poupar a instituição de uma provável exploração oportunista e da espetacularização irresponsável da atividade política?
Se não faltam instituições e instrumentos para levar a bom termo toda e qualquer investigação pública que se revele necessária, certamente a mobilização em defesa dos interesses nacionais não vem merecendo o mesmo empenho.
Com base nessa compreensão, nós, parlamentares do PSB, na Câmara e no Senado, estamos coletando assinaturas para a formação de uma Frente Parlamentar em Defesa da Petrobras. Precisamos fortalecer essa empresa-símbolo da competência e do desenvolvimento nacional; precisamos assegurar que as riquezas do pré-sal revertam em benefício do país. Esse é um movimento que precisa do apoio de todos os cidadãos e organizações conscientes.
Rodrigo Rollemberg é deputado federal e líder do PSB na Câmara dos Deputados

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