terça-feira, 26 de abril de 2016

Eduardo Cunha, a pedra no meio do caminho


     O Brasil vive a maior crise política de sua história democrática, pós regime militar. O pivô é o próprio governo, já que a oposição é pequena e muito acanhada. PT e PMDB que se fortaleceram em alianças mútuas, em todo Brasil durante mais de 10 anos, chegaram em 2015 com a presidência e  a vice do Brasil, Dilma (PT) com Temer (PMDB), e as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado Federal com Cunha (PMDB) e Renan (PMDB) respectivamente.

    Partidos como o PSDB e PPS se limitam a manter o capital político sem apresentar nenhuma alternativa de avanço para o Estado brasileiro. O PSB aliado a um partido em formação, REDE SUSTENTABILIDADE,  foi que em 2014 teve a coragem de apresentar uma opção pautada em três eixos: Gestão pública, transparência e sustentabilidade. Eduardo Campos e Marina Silva representaram essa alternativa de mudança.

     A morte de Eduardo Campos impactou negativamente o projeto de mudança na política brasileira e com isso cresceu a disputa interna no atual governo. PT e PMDB se enfrentaram na disputa pela Câmara dos Deputados, e a arrogância de sempre do PT não conseguiu enxergar na candidatura de Julio Delgado (PSB) uma oportunidade de reorganizar as forças democráticas e progressistas em cima de uma pauta comum, o que terminou por contribuir com a eleição de Cunha para a Câmara e conseqüentemente o crescimento das pautas conservadoras e as chamadas “pautas bombas” para inviabilizar o governo.

     O Partido Socialista Brasileiro – PSB, sem uma liderança política nacional em seu comando, foi que com muita dificuldade ainda sinalizou mais uma vez, a oportunidade de pautar temas comuns ao campo democrático e progressista, definindo-se como independente. Mais uma vez a cegueira do poder, empurrou após dez meses, o PSB, antigo aliado de esquerda, para definitivamente se tornar oposição ao Governo da Dilma.

     A aprovação da admissibilidade de um processo de impedimento da presidenta da republica na Câmara dos Deputados, mostrou a incapacidade do Governo Dilma de seguir em frente com uma base parlamentar com pouco mais de cem deputados, numero insuficiente até mesmo para manter uma Medida Provisória.

     A situação política se agravou e agora só temos duas saídas: Um governo de coalizão nacional ou uma nova eleição presidencial. Prevalecendo qualquer das duas saídas, não será fácil a reorganização política brasileira, e urge um aprofundamento do debate com todos os setores da sociedade para aprovar uma verdadeira reforma política que ponha fim a farra de agremiação partidária e que dê estabilidade ao regime presidencialista ou mesmo aprove um regime parlamentarista, onde a mudança do primeiro ministro é menos traumática.

     Uma batalha a ser concluída urgentemente, é o afastamento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha e o  imediato julgamento pela justiça brasileira das acusações que pesam sobre ele . Não avançaremos em nenhuma das duas saídas sem antes remover essa pedra do caminho. Não Vamos Desistir do Brasil!
Messias Júnior,

Cientista Político e Membro da Direção Nacional do PSB