Campo Maior, através do episodio da Batalha do Jenipapo foi um dos palcos mais sangrentos das lutas pela independência. Apesar do nosso reconhecimento, a batalha do Jenipapo é pouco lembrada, pelos livros didáticos da industrial editorial do sudeste do país.
Nós campo maiorenses se orgulhamos desse episódio, especialmente por está associado à coragem e determinação de nosso povo contra as tropas portuguesas, representativas do atraso e da exploração.
A historiadora Claudete Nunes, aposta na interpretação de que a luta dos campo maiorenses, na batalha do Jenipapo, significou a iniciativa de sujeitos históricos conscientes de suas condições e que, portanto, lutar significava a possibilidade de mudar seus destinos.
Prefiro também essa interpretação, pois se constitui exemplo de força, coragem e determinação, fundamental para a afirmação de nossa identidade, especialmente em relação as novas gerações, que precisam de referencias transformadoras, provocadoras de comportamentos também transformadores.
Além dos heróis da batalha do jenipapo, Campo Maior tem outros exemplos históricos a se orgulhar. A construção coletiva da memória histórica como vimos acima, além de contribuir para saber quem somos, influi no que podemos nos tornar, nos transformar ou transformar.
Nesse sentido, é importante que as novas gerações de piauienses e campomaiorenses lembrem: quem foi, o que realizou e o que pode representar o professor Raimundo Nonato Andrade.
João de Deus Netto – campomaiorense, Designer gráfico, chargista, caricaturista, blogueiro do BitorocaraNews, JenipapoNews, e do Picinêz, ao realizar um trabalho de qualidade de reconstrução da história social de campo maior, lembra muito bem quem foi o professor Raimundinho Andrade. Para Netto, ele foi um dos melhores administradores da cidade.
Raimundo Nonato Andrade nasceu em Campo Maior a 07-09-1922. Filho de José de Assis Andrade e Maria Rodrigues Andrade. Casado com Mirtes Bona Andrade. Professor e Político. Estudou as primeiras letras no Grupo Escolar Valdivino Tito e o Ginásio e 2º grau no Educandário Santo Antônio.
Diplomou-se em Licenciatura Plena em Matemática, possuía cursos profissionalizantes e de formação em desenho, administrção de empresas, atualização pedagógica, diretor de ensino, cursos de desenho e artes, didática e ensino. Comerciário, comerciante, empresário. Prefeito, vice prefeito, Secretário Municipal de Educação da Prefeitura de Campo Maior, e foi ainda Subsecretário de Educação do Piauí.
Como prefeito, o professor Raimudinho Andrade, instalou a rede elétrica, inaugurou o Fórum de Campo Maior; restaurou o prédio e inaugurou o Banco do Estado do Piauí –BEP; construiu ainda, o Ginásio de Orientação para o Trabalho e o Grupo escolar Marion Saraiva. Na sua gestão a cidade foi pavimentada, reconstruiu a Praça Bona Primo e inaugurou a Rádio Clube de Campo Maior.
Segundo João de Deus Netto, quando os fundadores do movimento ecológico para a salvação do planeta, ainda não tinham nascidos, o Prof. Raimundinho parece que já profetizava o estrago que o homem causaria ao meio ambiente na busca desesperada e gananciosa pela riqueza material; pelo dinheiro.
Nesse sentido, sua administração foi voltada, para arborização, recuperação e manutenção de praças e jardins da cidade que à sua época eram impecavelmente bem tratados – A Praça Bona Primo e a Praça Rui Barbosa eram consideradas as mais bonitas do Piauí. Construiu mais de uma dezena de escolas na zona rural; melhorou o aspecto da principal avenida, a Demerval Lobão, e da Avenida do Contorno do açude; construiu mais de 2.000 metros de esgotos.
Por tudo isso, temos que seguir o exemplo de João de Deus Netto, ao não deixar que o Professor Raimundinho Andrade caía no ostracismo, lembrando que ele inegavelmente, representou um bom e honesto prefeito. Tomar essa iniciativa de reconhecer, como assim fizemos com a batalha do Jenipapo, especialmente direcionadas as novas gerações de campomaiorenses, devemos erguer memórias e lembranças de Raimundinho Andrade.
Um homem, que apesar de não ser herói, fez o que muitos não fizeram ou não fazem como gestor da coisa pública. Dez anos sem o Professor Raimundinho Andrade, não pode e não deve ser dez anos sem lembranças. Ao contrário, o Professor Ramundinho Andrade deve ser lembrado com a presença que ele sempre teve e construiu em Campo Maior. Viva Campo Maior, viva o Professor Raimundinho Andrade, que Deus permita a seguirmos o seu exemplo.
