sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Violência Institucional contra Cidadãos do Alto da Felicidade



É comum os jornais e sites tradicionais associarem os sem teto como coitadinhos, manobrados, bêbados ou oportunistas. Pouco se fala que os sem teto são sujeitos de direitos, os quais estão sendo violados à medida que os governos não assumem a responsabilidade de enfrentar a questão da moradia prevista na Constituição de 1988.


Muito se fala em indústria da invasão. Pouco ou nada se fala da indústria da especulação da terra, ou indústria do despejo. O que se viu no despejo das famílias da ocupação Alto da Felicidade foi na verdade um Estado (executivo, parlamento e judiciário) a serviço dos poderosos.


No que se refere ao prefeito, ao invés de administrar o conflito entre sem teto e proprietários, se esquivou da responsabilidade de duas formas: ou tentou descaracterizar o movimento definindo-o de oportunistas, ou empurrou a responsabilidade para os governos estadual e federal. Já o governador, ao invés de interferir no conflito tentando buscar uma saída democrática, manda cumprir uma ordem de despejo inconstitucional, já que não considerou a função social da terra.


O terreno ocupado servia mais para lixão, esconderijo de marginais ou até mesmo desova de pessoas que foram assassinadas. E cadê nossos “representantes do povo”? Deviam no mínimo estar acompanhando o conflito. Agora, todos vão aparecer ou sentido surpresos com o que ocorreu, no caso de Silvio Mendes, ou exigindo explicações sobre a truculência da PM.
Diante do cinismo dos poderosos, lembro de um trecho da música de Gilberto Gil quando afirma que “eles nada podem, se podem não querem fazer, se querem fazer, não sabem como...”
Foto do portal 180 graus

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